Bali continua sendo, pra mim, o paraíso na terra, mas não tem mais aquela coisa de “novidade” como os outros lugares onde fui nesses últimos dias. É um lugar mágico, lindo, místico, mas acho que já fiz aqui a maioria das coisas que um turista médio faz na ilha. Ontem, depois da sessão habitual de compras – a última – fui para Uluwatu, um templo que já conhecia, mas nunca havia estado lá no por do sol nem havia visto a tradicional Dança do Fogo. Como já disse, Ketut, meu motorista maluquinho, continua sendo o único amigo que encontrei nos últimos 15 dias e resolvi pedir que ele trouxesse a família nesse nosso passeio. Foi muito legal. A esposa, Neli, além de não falar bem o Inglês, é muito tímida, mas dava pra ver como estava satisfeita com a oportunidade de sair numa excursão turística com o marido, coisa que ela nunca tinha feito. A filhinha, Nelinda, que completou um ano em Setembro, é uma bonequinha e adorou os macacos no templo. A dança, propriamente dita, não tem nada de especial e a maior diferença que notei, considerando outros espetáculos de danças balinesas, é que não há instrumentos e tudo acontece ao som das vozes de 60 homens num canto sem palavras. É interessante, mas o espetáculo mesmo fica por conta do sol se pondo emoldurado pelas montanhas e pelo templo na alto. Lindo!
Hoje, Ketut veio me buscar às três da manhã para irmos à Praia de Lovina, no norte da Ilha de Bali. A razão para sair nesse horário mais que inconveniente, é porque são mais de duas horas de viagem e quem quiser ver os golfinhos nadando livres e felizes, tem que pegar o barco em Lovina antes do nascer do sol. É curioso esse espetáculo diário dos golfinhos. Havia mais de dez barcos com turistas e eles não ligaram a mínima. Na hora “marcada”, começaram a rodear os barcos – na verdade uns beiros semelhantes aos de Timor-Leste que fazem a travessia Dili-Atauro – e dançaram sem se preocupar com toda aquela gente que não lhes oferecia nem um pedaço de sardinha.
Não consegui fotografar nenhum, mas consegui filmá-los. Infelizmente, também não consegui captar nenhum deles dançando já que não há ensaio nem treinadores e os golfinhos fazem o que querem e quando querem, mas foi incrível. O barqueiro disse que tínhamos sido afortunados, pois há muitos dias não apareciam tantos golfinhos ao mesmo tempo. Óbvio que não dá pra contar, mas calculo alguma coisa próxima de cem.
Saí do hotel tão cedo que ainda voltei a tempo de tomar o café da manhã que é servido até as onze, e ainda encontrei um brasileiro que trabalha na ONU em Timor e que também estava aqui no Masa Inn em junho. Pouco nos encontramos em Dili pra nos esbarrarmos aqui em Bali pela segunda vez. Ele também volta amanhã e combinamos ir juntos pro aeroporto. Não vou negar que estou torcendo pro vôo ser cancelado, de preferência por uma semana, mas tenho que encarar a triste realidade: minhas férias acabaram...
Pensei em ficar na piscina, de papo para o sol, mas juntando o fato de ter acordado às duas e meia da madrugada e de estar com uma infecção qualquer no olho direito, resolvi aproveitar as últimas horas de aluguel do DVD player para dormir assistindo um filminho. O filme de Julia Roberts não estreou aqui ainda, nem está à venda na lojinha aqui em frente e o jeito é esperar. Pode ser que eu possa comprá-lo numa daquelas lojas em Colmera antes de voltar pra casa. E, por falar nisso, faltam 77 dias pra isso acontecer e tem horas que a saudade dói tão fundo que dá vontade de largar tudo e correr pra abraçar minha mãe e meus filhos, mas eu vou segurar a onda. Amanhã serão apenas 76 dias... o problema é passá-los em Timor-Leste. Quem diria que um dia eu iria me sentir assim?
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