Olá!

Bem vindos ao diário de uma brasileira em Timor-Leste - uma meia-ilha no outro lado do planeta que a todos encanta com a magia do canto de uma sereia.
Ou seria o canto de um crocodilo? Bem... em se tratando de Timor, lafaek sira bele hananu... :-))

sexta-feira, 11 de junho de 2010

SOS CHIQUITA



Essa é a história de uma macaquinha chamada Chiquita (Chica, para os íntimos) que vive em Timor-Leste, mas precisa de ajuda para ser levada para o Brasil. Se você se sentir tocado pela situação, ajude da forma que puder – SOS Chica!

 





Meu nome é Telma e sou uma professora brasileira vivendo em Dili, capital de Timor-Leste – uma meia-ilha entre o arquipélago da Indonésia e a Austrália, que está se reinventando depois de 24 anos em guerra. Vim aqui para trabalhar numa missão humanitária promovida pelo governo brasileiro em acordo com o governo timorense.

 





Cheguei em janeiro de 2010 e aluguei um quarto na casa de uma família timorense. É um procedimento comum aqui, ao menos entre os estrangeiros que não têm salários tão bons quanto os funcionários das Nações Unidas ou das Organizações Não Governamentais que atuam no país.



No quintal da casa havia uma gaiola improvisada feita com duas tampas de ventilador envoltas por uma rede e lá dentro estava a menor macaquinha que eu já tinha visto. Me disseram que ela pertencia a uma pessoa da família e que deveria ter uns dois ou três meses apenas. Dentro da “gaiola” apenas um naco de pão seco e uns trapos sujos. Nem uma gota de água.



A macaquinha estava tão desidratada que não sei como sobreviveu. Talvez tomasse gotas de água da chuva, mas tive que ensiná-la a beber água usando uma mamadeira. Resolvi “adotar” a macaquinha e a primeira providência a tomar, claro, foi conseguir uma casinha de verdade para ela. Eu e Roberto, outro professor que também aluga um quarto na casa, compramos o material e a família timorense se encarregou de construir a jaula.



Todos os dias pela manhã eu limpo a nova gaiola, troco a água e coloco frutas frescas. Chica também adora sementes de girassol e o prato predileto é, sem dúvida, o amendoim. É extremamente carinhosa e como foi afastada da mãe muito cedo, também é muito carente e desmancha-se com qualquer afago.

Num período de oito dias de recesso no trabalho da cooperação brasileira, aproveitei para viajar para a Indonésia, não sem antes incumbir o amigo e vizinho Erivelto – mais um dos professores que vive na casa – de cuidar da macaquinha. Ele me escrevia todos os dias dizendo que Chica sentia minha falta, mas isso seria natural e até esperado. Dois dias antes do meu retorno Erivelto telefonou aflito dizendo que a macaquinha estava com o braço direito ferido e o tecido já estava necrosado. Mandou também, por e-mail, a foto da bichinha com o braço preto e ressecado.

Fiquei apavorada e comecei a pedir ajuda aos amigos. Uma amiga bióloga, Lotte, foi até a casa ver a macaca e disse que ela deveria ser sacrificada, o que, para minha felicidade, Erivelto não permitiu. Quando cheguei, nem entrei com a mala no quarto e corri para ver minha Chiquita que triste e acabrunhada, me mostrava o braço morto.

Contatei o Dr. Antonino, um veterinário indicado pela amiga Lucimar, que veio pegar a Chica e levou-a para sua clínica onde amputou seu bracinho. Até o médico se comoveu com a situação e colocou as fotos da cirurgia no Facebook (http://www.facebook.com).





Chiquita já está de volta à sua gaiolinha e com muita coragem adapta-se à sua nova condição. Quero aproveitar para agradecer aos colegas da missão ainda não citados – Adriana, Anderson, Cleto, Fábio, Gladcya, Grazy, Rosilene Costa, Rosilene Melo e Sansão – que tanto apoiaram a mim e à minha macaquinha nesse momento tão difícil. Até meu anjo da guarda de todos os momentos, a boa amiga Simone, esteve aqui visitando a Chica enquanto eu não chegava.






A questão agora é a seguinte: o que será da Chica quando terminar minha missão em Timor? Retorno ao Brasil em dezembro próximo e quero MUITO levar a macaquinha comigo. Moro num apartamento até bem espaçoso no Flamengo (Rio de Janeiro) e sei que não é o local mais adequado para ela, mas tenho uma casa em Teresópolis (cidade serrana a 90 km do centro do Rio) onde tenho todo o espaço que ela precisa, além de ter um caseiro que pode se encarregar de cuidar dela quando eu não estiver. Minha idéia seria a de construir um viveiro de pelo menos 20 metros quadrados onde ela poderia ter seu espaço entre as árvores.



Mas como levar a Chica de Timor-Leste para o Brasil? Soube que ela não pode mais ser qualificada como animal silvestre, dada sua condição de deficiente física, além de ter sido criada em cativeiro. Se a Chiquita já teria dificuldade para readaptar-se a seu habitat natural quando estava perfeita, que dizer agora, sem um bracinho... Preciso de toda a ajuda que me for oferecida para conseguir a autorização para levar a Chica e ainda nem parei para calcular o custo desse transporte, mas estou determinada a mover céus e terras para oferecer o melhor para essa bichinha tão meiga e já tão sofrida. Não posso deixá-la aqui com a família que a tratava como um zero à esquerda. Como cheguei aqui no dia 21 de janeiro de 2010 e disseram que a macaquinha tinha cerca de dois meses, marquei seu aniversário no dia 15 de novembro. Quem sabe se, ao nascer junto com a República brasileira, ela não consegue apoio da embaixada do Brasil em Dili?








AJUDE UMA MACAQUINHA DE UM BRAÇO SÓ A SOBREVIVER NO BRASIL!!! ELA É TIMORENSE, MAS TAMBÉM NÃO DESISTE NUNCA :-))





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Mais fotos:



CHIQUITA - PICASA







3 comentários:

  1. Acho seu gesto muito digno. Mas vejo um problema. Quem autorizará a saída da macaca do país? Com certeza ela precisará também de um passaporte, isto já foi providenciado? Quanto a falta do braço não vejo problemas. No Brasil tem gente que sobrevive até sem um dedo! kkkkkkkkkkkkkkkk
    Cuidado não vá se estressar porque a sua caminhada no Timor é longa minha amiga.

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  2. Agora que assisti ao video da macaca. Quem sabe ela não encontraria abrigo na Casa Vida? Acho que ela é mais uma vitima da violência que grassa em Timor Leste. Se quizer eu intercedo em favor dela na CV.

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  3. Espero que as idéias de Eutanásia simeana defendida pela Lotte não tenha interferido na amizade de vocês. Quanto ao local da futura nova morada da chica, acredito que ela preferiria se fixar em Teresopolis, apesar do frio a que ela não está acostumada. Quanto a morar no Flamento não diga a ela do perigo que corre com as balas perdidas. Se ela souber tenho certeza que ela preferirá residir em Atauro. Pelo menos é um paraizo bem pacífico.
    Vou recomendar uma festinha pra ela no Kafé Aroma no proximo dia 15 de novembro.

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