Olá!

Bem vindos ao diário de uma brasileira em Timor-Leste - uma meia-ilha no outro lado do planeta que a todos encanta com a magia do canto de uma sereia.
Ou seria o canto de um crocodilo? Bem... em se tratando de Timor, lafaek sira bele hananu... :-))

domingo, 24 de janeiro de 2010

Ao redor do mundo: 18 a 21 de janeiro de 2010




Não há necessidade de fazer um diário detalhado de uma viagem como essa. Cansativa, ponto final. Sempre poderia ter sido pior... cheguei inteira ao meu destino e é isso que importa.


Mas há algo que deve ser registrado aqui para que eu mesma nunca me esqueça: nunca tome o vinho nacional servido nos vôos da LAN Chile! Um comissário de bordo, lindo e sorridente, chega com um carrinho de vinhos chilenos, “hablando” – “¿Quieres un poco de vino?” – como resistir? O triste é que, quando a cabeça não pensa, o resto do corpo é que padece e já desembarquei em Santiago me sentindo péssima.  Desisti do city tour e só encontrei um pouco de alento num restaurante com área para “los fumadores” e acesso gratuito à Internet. Intercalando esse point com esporádicos cochilos nos sofás da área de embarque, já entrei no avião para Sydney num estado deplorável. Só melhorei um pouco depois de encher todos os saquinhos de vômito disponíveis e finalmente dormir um pouco durante as 18 horas de vôo.

O curioso foi que perdi uma manhã! Saí do Chile à noite e cheguei à Austrália, também à noite, sem ter visto o sol nascer nesse meio tempo. Quero retornar ao Brasil via Bali, Hong Kong, e Johannesburg para recuperar essa manhã perdida.
Em Sydney foi uma correria só. Três horas em trânsito até voar para Darwin e durante esse tempo tive que retirar as malas e passar pela imigração. Primeiro, esqueci meu cartão de vacinação e fui para a “quarentena”. Por sorte, trazia uma cópia xerox que foi aceita. Daí descobriram que uma das malas pesava 34 kg, quando o máximo permitido seriam 32 kg. Como a outra mala pesava 26 kg, tive que tirar 2 kg de uma mala e colocar na outra. Tudo bem, duplamente falha minha, mas abrir as malas, cuidadosamente fechadas e embaladas em plástico, pra fazer essa transferência num salão lotado foi penoso. Embarquei em cima da hora, irritada, exausta e ainda nauseada.


Meu oásis foi o hotel em Darwin. A CAPES não paga hotéis nessa viagem já que o edital só prevê a cobertura da passagem, mas seria impraticável, para mim, passar 17 horas num aeroporto minúsculo, depois de 40 horas de viagem, empurrando um carrinho de malas sozinha – eu teria que carregar tudo até para dentro do banheiro, já que não teria ninguém para tomar conta das minhas bagagens. Achei que o custo-benefício de um pernoite no hotel do aeroporto era viável e banquei a estada do meu bolso. Uma tarde na piscina e uma noite numa cama confortável foram renovadoras para o meu corpo e meu espírito. O carro do hotel me pegou no aeroporto e me levou de volta na manhã seguinte e se a CAPES acredita que a “brasileirada” (termo usado pela coordenadora ao referir-se aos professores brasileiros em missão oficial no Timor-Leste) prefere ficar passeando no aeroporto durante esse trânsito em Darwin, é porque também acredita em Papai Noel e no Coelhinho da Páscoa.

Só pra manchar os bons momentos na cidade, a saída para Dili foi traumática. Eu sabia que teria direito de despachar apenas um volume de 20 kg e que pagaria por tudo que excedesse esse limite. Claro que sempre fica uma esperança de rolar um “jeitinho brasileiro” e de negociar, ao menos, um desconto. Comigo, não rolou e paguei pelos meus 40 kg de excesso sem ter nem como reclamar. O que eu não sabia era que teria que passar duas vezes pelo raio-X, e depois de atravessar o mundo sem problemas, na segunda passagem, tive “excesso de líquidos” na bagagem de mão e fui obrigada a despachar também essa maleta. Não adiantou argumentar que todos os frascos continham menos de 100 ml, já que prenderam até as miniaturas de perfumes (lacradas) que comprei no free shop do avião. Eles têm um saquinho daqueles zip-lock pequenos, e o total de frascos tem que caber no tal saquinho. O que sobrar deve ser descartado ou despachado, e como eu não ia perder meus perfumes novinhos, paguei por mais 10 kg de excesso. No final, saiu como se eu tivesse comprado os perfumes na Sacks do Rio Sul. Gande negócio!

O importante foi que, com todo o cansaço, prejuízo, mal estar... estou de volta a Timor. CHEGUEI GALERA!!!

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