Olá!

Bem vindos ao diário de uma brasileira em Timor-Leste - uma meia-ilha no outro lado do planeta que a todos encanta com a magia do canto de uma sereia.
Ou seria o canto de um crocodilo? Bem... em se tratando de Timor, lafaek sira bele hananu... :-))

sábado, 20 de fevereiro de 2010

03 de fevereiro de 2010 – Jantar com Lotte

Hoje tive o primeiro encontro com os professores-tutores no Profep. Acho que já expliquei mais ou menos como funciona o Profep-Timor, mas lá vai de novo.


 Somos seis professores brasileiros com os respectivos contra-partes timorenses, além da coordenadora do Programa, Senhorinha Pit Paz:

•    Linguagens e Códigos – Rosilene (RS-BR) e Calisto (TL)
•    Matemática e Lógica – Eu (RJ-BR) e Ester (TL)
•    Vida e Natureza – Antônio Mendes (PE-BR) e Santina (TL)
•    Organização do Trabalho Pedagógico – Vladimir (SP-BR) e Francisco (TL)
•    Fundamentos da Educação – Rosiete (BA-BR) e João (TL)
•    Identidade, Sociedade e Cultura – Alan (RS-BR) e António Saldanha (TL)

Cada dupla de professores com formação específica na área, orienta 8 professores-tutores – 2 em Dili, 1 em Atauro, 1 em Tibar, 3 em Maometa e 1 em Maubara – que, por sua vez, são responsáveis por uma turma de cerca de 10 professores-cursistas. Atualmente há 84 cursistas e tanto eles quanto os tutores têm apenas o diploma do ensino fundamental e foram selecionados para o Programa pelo simples fato de serem fluentes em Língua Portuguesa. Bem, “fluentes” já é demais, mas podem comunicar-se em Português, digamos assim.

Como os tutores não possuem formação alguma, precisam ser instruídos por nós para poder orientar os cursistas. Resumindo: um exército de Brancaleone que vem derrotando o analfabetismo em Timor nos últimos cinco anos com a bravura dos rebeldes de Timor aliada ao jogo de cintura natural dos brasileiros para driblar a “fartura”. “Farta” material, “farta” dinheiro, “farta” tudo, mas sobra boa vontade e assim vai-se levando.

Adorei conhecer o grupo todo hoje e mais ainda: amei o interesse deles na minha aula. Amo os meninos do ISERJ da paixão e não quero dar aula no Brasil em outra escola, mas a atenção dos tutores do Profep bebendo cada palavra que eu dizia, fez reacender a chama da educadora que vive adormecida dentro de mim e que não era tão sacudida há cerca de...  quatro anos!






À noite, apesar do longo dia de trabalho, fui jantar com Lotte no Vasco da Gama. Foi muito legal imaginar a cara daqueles que nos consideravam duas “patricinhas”, e que achavam que não agüentaríamos três meses em Timor-Leste, se nos vissem juntas ainda aqui, cinco anos depois. Bem, eu voltei ao Brasil e só retornei a Timor quatro anos depois. Lotte está aqui sem ver Christian (seu único irmão) e sua São Paulo querida desde março de 2005. Lotte trabalha na Care International desde outubro de 2006 e é a responsável por uma publicação educativa em Português e Tétum chamada Lafaek (Crocodilo), voltada para atender ao currículo das quatro séries iniciais como material de apoio paradidático. Lotte manteve-se magra e está ainda mais bonita sem os óculos. Workaholic como sempre e feliz como nunca, foi assim que a vi nesse reencontro. Não sei porque, mas acho que me envolvi tanto nas lembranças que acabei esquecendo de registrar o encontro com uma foto – meu lado japonesa – mas não há de faltar oportunidades.

Um comentário:

  1. Telma... até lembrei do lugar. Queria muito, um dia, poder voltar a conversar com vocês. Mande um beijão para a Lotte.

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