Olá!

Bem vindos ao diário de uma brasileira em Timor-Leste - uma meia-ilha no outro lado do planeta que a todos encanta com a magia do canto de uma sereia.
Ou seria o canto de um crocodilo? Bem... em se tratando de Timor, lafaek sira bele hananu... :-))

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

30 e 31 de janeiro de 2010 – O International Cena


Este prometia ser mais um final de semana que eu passaria sem nada de especial para relatar. No meu primeiro fim de semana em Timor, eu tinha acabado de chegar e ainda por cima estava doente, logo, não aproveitei quase nada.

Desta vez, o problema foi com a descarga do meu banheiro que o senhorio ficou de consertar mesmo antes de eu vir morar aqui e em Timor, como no Brasil, operários da construção civil parecem divertir-se nos fazendo esperar por eles. Como o senhorio trabalha como motorista da ONU durante a semana, e qualquer conserto deve ser feito sob sua supervisão, isso só pode acontecer nos fins de semana, logo... olha eu aqui esperando pelo pedreiro e pelo bombeiro que iriam trocar o vaso inteiro.

Às onze da manhã, como ninguém aparecera ou dera satisfação, resolvi fazer uma faxina caprichada e saí limpando tudo com desinfetante perfumado. A suíte – pois é nisso que vivo, numa suíte – ficou brilhante e cheirosa. Pois foi só eu dar o último retoque da faxina que os caras apareceram carregando um vaso sanitário com a respectiva caixa de descarga pra instalar no meu banheiro.

Minha primeira reação foi, “Isso não entra no meu banheiro hoje de jeito maneira!!!”, mas aí veio o Betão, mais conhecido como Tio Chico, um diplomata nato, ponderando que os rapazes já estavam ali mesmo, que o senhorio (o padre!) já comprara a privada, blá-blá-blá, e me convenceu a deixá-los entrar. Quando vi a maqueta de quebrar azulejos quase chorei, mas eles prometeram deixar tudo limpo e terminar o serviço em duas horas. Cerca de cinco horas mais tarde, saíram deixando tudo recoberto de pó e uma caixa de descarga que solta água por todos os lados.

O irmão do padre que administra as suítes, Sr. Juvenal, prometeu trazer o bombeiro para consertar a nova privada no Domingo pela manhã. Bem, às quase duas da tarde, quando saí para almoçar, ninguém aparecera, incluindo o Sr. Juvenal.

Foi aí que Rama telefonou para convidar a mim e Roberto para um jantar em sua casa. Era aniversário de seu marido, Bruno, e eu ansiava por conhecer não só o pai, mas também Kiana e Leonor, as duas filhinhas de minha amiga.

Rama continua a viver na antiga casa no Delta e eu disse a ela que não se preocupasse, pois eu me lembrava do caminho e, inclusive, guardara por mais de quatro anos o mapa que fora distribuído entre os amigos brasileiros quando da inauguração da casa em 2005.

Foi muito agradável. Rama continua sendo uma ótima cozinheira e Bruno é uma simpatia. As meninas são lindas, apesar de, por enquanto, não se parecerem com a mãe, que já foi considerada a mulher mais bonita de Timor-Leste. Os amigos, como costuma acontecer nas festas de Rama, vêm de todos os cantos do mundo. Havia um do Canadá, uma de Kosovo, uma do Chipre, dois da Austrália, e nós, os brasileiros. Bruno é português e Rama, iraniana. A comunicação aconteceu em tantos idiomas e sotaques diferentes que Roberto ficou até tonto, apesar de só beber água. O mais engraçado foi ver as crianças presentes falando também uma mistura de Português, Inglês e Tétum. Entre os adultos também rolava um pouco de Espanhol. Era an international dinner, meio una cena internacional com um toque dos jantares internacionais e poliglotas tão comuns aqui em Timor, terra de expatriados. Welcome, malae sira!

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