Olá!

Bem vindos ao diário de uma brasileira em Timor-Leste - uma meia-ilha no outro lado do planeta que a todos encanta com a magia do canto de uma sereia.
Ou seria o canto de um crocodilo? Bem... em se tratando de Timor, lafaek sira bele hananu... :-))

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Três meses



Quando falo no quanto é difícil passar três meses sem sair de Timor, isso talvez pareça ser um nadica de nada... ao menos para aqueles que não viveram essa experiência...

Três meses podem ser um espaço muito pequeno de tempo, considerando que eu já vivi 53 anos, mas é hoje que começa a minha contagem regressiva: faltam 90 dias para eu voltar ao Brasil!

Se algum velho amigo estiver lendo isso e achar estranho, lamento, mas é isso aí. Por mais incrível que pareça estou contando os dias para deixar Timor-Leste e saio de lá sem a mais longínqua possibilidade de pensar em voltar um dia. Minha história em Timor já acabou há tempo e se ainda estou no país, não é mais por nenhum dos nobres motivos que me fizeram lamentar a partida em 2006 e passar três anos tentando encontrar um jeito de retornar. Há algumas semanas uma colega do meu programa pediu seu afastamento alegando questões de ordem pessoal. Algumas dessas questões, ela expôs aos colegas na sua fala de despedida quando disse que Timor tinha sido muito importante para a sua vida, na medida em que o isolamento que viveu nos meses que ali passou lhe deu a oportunidade de refletir bastante sobre o que não quer para ela mesma. Ao dizer isso no momento em que decidiu deixar o programa e o país, ela deixou claro que uma coisa que ela não queria era permanecer em Timor-Leste. Neither do I! My time is up!

Oooops! Já comecei a pensar em Inglês! É curiosa essa relação das pessoas com as Línguas. Pouco mais de 24 horas sem falar uma palavra em Português e já comecei a me acostumar a isso. Preciso mesmo ler o livro “Babel Lorosa’e” de Luís Filipe Thomaz...

Deixando de lado essa questão do meu desejo de voltar pra casa logo, ou melhor, de sair de Timor-Leste o mais rapidamente possível, passei um verdadeiro dia branco aqui em Bali, mas que não deixou de ser agradável e produtivo. Ontem, assim que tomei um banho na ducha gotejante do Sorga, saí para tentar fazer reserva no Masa Inn para quando voltar do passeio pela Indochina. Disseram que só havia quartos para três pessoas e saí de lá desapontada. Pensar em passar mais quatro noites aqui no Sorga estava me tirando o prazer da viagem. Hoje, quando Ketut veio me buscar, passamos novamente no Masa Inn, pois eu já estava decidida a pagar o preço que eles quisessem, só para não ter que voltar pra cá no dia 29. Surpresa! Havia um quarto daqueles em frente à piscina esperando por mim.

Outra coisa produtiva que fiz hoje foi levar meu Nokia para o conserto. Vou gastar 20 dólares e ter minha agenda de volta, além de um telefone que funciona legal e com uma boa câmera. Assim que estiver com meu velho celular na mão, aposento o “Noquia” que comprei em Dili. Estive também numa pet shop onde comprei uma coleira para colocar na Chiquita. Essa semana Roberto tentou improvisar uma com um pedaço de velcro, mas a bichinha ficou tão desconfortável com aquela tira no pescoço que, assim que a soltamos, tratou de correr de volta para a gaiola. Agora comprei uma daquelas que vestem o animal como um colete e o maior problema talvez seja que o apoio fica nas patas dianteiras e minha macaquinha tem um braço só. Bem, vou tentar. Comprei uma corrente bem comprida e, caso ela se adapte à coleira, vai poder pular da gaiola para as árvores e movimentar-se um pouco mais.

Meu passeio no infoshopping não valeu muita coisa, já que não conheço nada de hardware, assim como minha ida ao Carrefour que também foi infrutífera. O tênis que o Kleto encomendou não havia mais, e qualquer outro parecido custava quatro vezes o que o Malaezinho pagou no dele. Vou deixar para procurar isso na volta, até porque seria um trambolho a mais para carregar por tantos aeroportos. Além das quatro cidades que vou visitar, ainda há conexões em Jakarta e Kuala Lumpur e não estou certa de que minha bagagem vá ser despachada automaticamente.

Almocei com Ketut num restaurante japonês muito bom, chamado Sushi Tei (Jalan Sunset Road, 99 – Kuta – Bali – www.sushitei.com) e passei o resto do dia cochilando enquanto assistia “Sex and the City 2”. Alguém me disse que esse filme era bom? Seja quem tiver sido, me enganou legal...

E sigo eu em meu compasso de espera para embarcar para Ho Chi Minh City, a antiga Saigon. Saio de Bali às 6:40h, logo tenho que sair do hotel às 4:15h, o que significa que tenho que acordar às 3:30h. Eu consigo vôos baratos, mas os horários não são exatamente os melhores. Vou dormir!

Nenhum comentário:

Postar um comentário