Olá!

Bem vindos ao diário de uma brasileira em Timor-Leste - uma meia-ilha no outro lado do planeta que a todos encanta com a magia do canto de uma sereia.
Ou seria o canto de um crocodilo? Bem... em se tratando de Timor, lafaek sira bele hananu... :-))

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

23 de janeiro de 2010 – Caz Bar



A gente nunca sabe como encontrar uma casa para alugar em Dili. Não há jornais com classificados e se há corretoras eu ainda não sei. Há sempre alguém que disse, que viu, que ouviu dizer e acaba-se conseguindo um lugar para morar. Dessa vez, foi um colega, professor de Biologia do Amazonas, Erivelto, quem achou a casa do padre.

Eu já “conhecia” Erivelto antes mesmo de cogitar em retornar a Timor pela CAPES. Ele veio pra cá, pela primeira vez, com o grupo 2008/2009 e mantém um blog (http://eriveltotrygon.blogspot.com) onde deixa um relato de suas impressões sobre o país e sobre o trabalho que desenvolve aqui, e eu costumava ler suas postagens. Nos encontramos pessoalmente em Brasília, no dia da entrevista para a seleção da CAPES e achei-o logo simpático. Pois acabamos sendo vizinhos. São quatro quartos no fundo de um beco cuja entrada é difícil até de se notar. No primeiro mora um timorense que acredito que seja aparentado do padre, no segundo fica o Roberto, no terceiro fico eu e no quarto está o Erivelto. Em frente aos quartos há um pátio bem simpático com uma parte coberta por sapê e nesse espaço vive Chico, o menor e mais feioso macaquinho de Timor-Leste. Nem preciso dizer que já adotei o macaco que quando me vê faz denguinho se enrolando num pano imundo dentro da gaiola e depois mostra a carinha magra de olhos redondos e expressivos, e fica a jogar beijinhos. Na segunda-feira vou providenciar uma gaiola maior para ele e enquanto eu estiver por aqui esse bichinho vai ter frutas e água fresca todos os dias.

Voltando ao Erivelto, ontem à tardinha, depois de mais um dia cheio de providências para minha acomodação e oficialização junto à embaixada, Erivelto propôs que fôssemos – eu, ele e Betão – acompanhar o pôr do sol na praia de Areia Branca, bebendo uma água de côco no Caz Bar. Como rejeitar um convite desses?

A estrada para Areia Branca está irreconhecível, ao menos nos primeiros 500 metros. Agora pode até ser chamada de estrada, já que antes era pouco mais que uma trilha. É preciso ver para crer. Depois desses 500 metros (cálculo no olho...), há um desvio porque a estrada está em obras, e a partir daí volta a ser o mesmo velho e esburacado caminho de antes, mas já é um enorme progresso.

A praia está cercada por um muro de tijolos vermelhos e de tantos em tantos metros há um portal de entrada ladeado por esculturas bastante interessantes. As barraquinhas estão com o visual uniformizado e são todas em madeira bem acabada com cobertura de palha. Fiquei de queixo caído. Só recomendo que, quem decidir comer alguma coisa nessas barracas após o pôr do sol, leve uma lanterna já que eu nem diferenciava os pedaços de frango dos croutons na minha velha e boa Chicken Ceaser Salad. Excelente a idéia do Erivelto!

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